quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Cannes

A minha passagem por Cannes

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Prémio Internacional de Poesia Palavra Ibérica - 2010 (Espanha)





Aída Monteón

Originaria de Guadalajara, México, Aída Monteón cursó la Licenciatura en Homeopatía, la que actualmente ejerce como parte de su proyecto de vida.

La música y las letras son el tejido-eco de una dicotomía inabarcable donde no existe un rostro sino una visión múltiple de las cosas que la hacen convertir los instantes de intensidad emotiva en su gran pasión: la poesía, la cual, parafraseando a Vallejo y en palabras de la propia Aída, lleva “empozada en el alma” como un deseo de transformar su ser, purificarlo a fuerza de palabras.

Ha participado en diversos encuentros literarios y publicado en revistas nacionales e internacionales. Textos suyos han sido incluidos en las antologías Poesía viva de Jalisco, Secretaría de Cultura de Jalisco, 2004, Amatoria, El cuento amoroso en Jalisco. Secretaría de Cultura de Jalisco. 2005. Ha hecho trabajo de dramaturgia con la obra Una muerte al vacío, 2008 y de traducción en la antología poética Anne Michaels (edición bilingüe) Universidad de Guadalajara, 2004.

Ha publicado Juegos Tridimensionales. Su primera publicación de cuentos. Obra becada por el Consejo Estatal para la Cultura y las Artes de Jalisco. Grafisma 2009.

De gotas y sortilegios. Antología de poesía erótica femenina. Editado como libro arte-objeto. Participación y dirección de Aída Monteón. Coedición La NaHual-Á y el Aguaje, 2009.

Coordinó el Primer Foro de Traducción Literaria organizado por la OMT (Organización Mexicana de Traductores) bajo el marco de la FIL 2004.

Participó en el XVI Encuentro Internacional de Editores Alternativos EDITA 2009 en Punta Umbría, Huelva, España

Becaria del Consejo Estatal para la Cultura y las Artes de Jalisco 2008-2009.

Galardonada con el III Premio de Poesía Palabra Ibérica, Punta Umbría, 2010.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Inês Ramos

De que forma a poesia entrou na tua vida?

A minha avó paterna era poetisa popular. Escrevia muito, todos os dias, sobretudo sonetos. Acho que foi com ela que eu fiquei, desde muito pequena, fascinada pela poesia. Quando tinha 14 anos lia muito Florbela Espanca. Até costumava desdobrar os sonetos da Florbela, cada verso de um soneto dela transformava em quatro meus. No 9º ano tive uma professora de português que me incentivou a ler e gostar de poesia, foi com ela que eu comecei a ler Camões com atenção, mas sobretudo, a gostar de ler Camões. A partir daí comecei a ler outros poetas. Manuel da Fonseca (que conheci quando tinha 11 anos) António Gedeão... Com 15 anos fui para a António Arroio e tive outra professora de português fantástica, Leonoreta Leitão. Nessa altura lia os poetas de intervenção como o Ary dos Santos...
Sempre li mais livros de poesia do que de prosa. Tenho muito mais livros de poesia que de prosa, talvez 3 vezes mais. E é sempre os livros de poesia que eu busco nas livrarias ou nos alfarrabistas. E um livro de poesia é para mim o melhor presente que me podem oferecer.

Tens o blogue Porosidade Etérea onde fazes a divulgação de eventos ligados à poesia em geral. Quais são os teus critérios?

Abri o porosidade etérea, porque, como consumidora de poesia e interessada em tudo o que lhe diga respeito, sentia que existia uma lacuna. Não encontrava um espaço onde pudesse encontrar informação sobre lançamentos, recitais, novidades editoriais, mas só sobre poesia. Como já fazia uma agenda cultural literária há alguns anos para o site truca do locutor Luís Gaspar e já possuía uma boa base de dados de biografias de poetas e recolha de poemas que fui fazendo para esse site, e como já recebia muita informação por parte das editoras, resolvi abrir o porosidade etérea com o objectivo de, em primeiro lugar divulgar os poetas, os livros que iam editando, os lançamentos, etc., e depois, aproveitando para dar a conhecer algumas coisas menos conhecidas do grande público. Como o Luís Gaspar grava poemas em áudio lidos por ele, achei que era também interessante poder ouvir-se os poemas em voz alta. Isso fez com que o blogue começasse a ser visitado e recomendado por algumas escolas e bibliotecas. A particularidade do meu blogue é que é apenas dedicado à poesia e — outra coisa não muito usual — o blogue não serve para divulgar a poesia da autora do blogue, mas a poesia dos outros. O critério é apenas um: divulgar a poesia e os poetas. Mas numa lógica de divulgação do que vai aparecendo e do que vai acontecendo. Normalmente não publico os poemas que as pessoas me enviam para publicação no blogue, para isso elas deverão ter os seus próprios blogues.
Por outro lado, o porosidade etérea tem uma vertente pedagógica, pois fui abrindo portas, devagarinho, para as pessoas começarem a estar mais abertas a outras formas de poesia. Comecei a fazer passatempos para as pessoas participarem (e só nesses espaço publico poemas que me enviam) e já fiz passatempos tanto de quadras populares, como de haiku ou de poesia visual. O interessante é que as pessoas participam muito e experimentam novas formas de fazer poesia. Esses passatempos começaram a ter sucesso, tanto que agora são os próprios editores que me enviam livros para oferecer aos participantes nesses passatempos. Sempre fiz transparecer no meu blogue que a poesia é só uma. Das quadras do Aleixo aos sonetos de Shakespeare. E tanto falo de um livro de um jovem poeta que acabou de editar o seu primeiro livro, como de poesia do barroco alemão do século XVII ou do poeta chinês Han-Shan do século VII. Acho que dirijo o meu blogue como um normal leitor interessado em poesia. Investigando, procurando, deliciando-me com o que vou encontrando e... partilhando.

A imparcialidade com que atendes a todo o tipo de solicitações relacionadas com a divulgação é uma vantagem para quem quer prestar um bom serviço à poesia e aos autores?

Penso que sim. Cabe ao público decidir o que quer ler. Desde que lhe demos a informação do que existe. A informação tem de ser isenta e eu faço um trabalho equiparado ao jornalístico. O meu blogue não é de crítica literária. “Cada macaco no seu galho”, como se costuma dizer...

A tua principal ocupação é o design. Que trabalhos tens feito nessa área e de que forma eles se aproximam dos livros?

Como designer gráfica faço também capas e paginações de livros. Alguns de poesia, sim. Os de poesia dão-me um especial prazer, claro...

Também tens sido convidada para ler e apresentar livros de poesia. Fala-me dessa experiência.

As pessoas convidam-me e eu não consigo recusar. Sobretudo quando são livros de amigos. Mas não gosto muito de apresentar livros. Não me sinto muito à vontade. Agora ler poesia em público, sim. Adoro ler poesia. Sempre que me convidam, vou. Ler poesia em público é uma partilha fantástica. É quase teatro, tem de se colocar bem a voz, ler todas a palavras bem lidas para que sejam todas entendidas, mas também ler como se fosse o próprio poeta a ler o seu poema. Ler bem poesia em voz alta é como contar bem uma história. E quando leio poesia em público, sinto-me na pele do poeta que escreveu aqueles poemas. Não sei se o faço muito bem, mas gosto muito de o fazer.

Sei que também escreves poesia. Tens divulgado os teus poemas? Já pensaste em editar um livro?

É natural que qualquer pessoa que leia muita poesia e que goste muito de poesia, também escreva poesia... Simplesmente optei por não divulgar o que escrevo. O meu papel, na poesia, até agora, tem sido divulgar os outros, não a mim. Até porque tenho muita insegurança quanto à qualidade da minha poesia. Ainda não é suficientemente madura. Talvez um dia...

Crês que existe um excesso editorial que se traduz numa asfixia que atinge sobretudo os poetas e as suas obras quando têm de dividir o mesmo espaço (livrarias) reservado à literatura em Geral?

Sim. Por vezes vejo-me numa livraria de um lado para o outro tentando encontrar a secção de poesia. Quando me dizem onde está, constato com pesar que se reduz a meia prateleira, por vezes ao nível do chão, como 20 ou 30 livros. E quase todos da mesma editora. E alguns, já muito antigos, pouca novidade. Dantes ainda refilava com os livreiros a ver se conseguia mudar alguma coisa, ou seja, se eu perguntasse por este e por aquele poeta, iria chamar a atenção para a falta desses livros e eles iriam encomendar, mas já desisti. Nunca se vê um livro de poesia em destaque. Ou pelo menos, é raro. Para se encontrar bons livros de poesia, o melhor é irmos a livrarias especializadas, como a Poesia Incompleta ou a Ler Devagar, em Lisboa, assim como outras boas livrarias especializadas que existem pelo país. Por exemplo, aqui em Faro, temos a Pátio de Letras, onde podemos encontrar livros que não existem nas livrarias ditas “normais” ou de grandes cadeias. Os livros que passam à margem das grandes distribuidoras, como os de editores independentes, não estão na maioria das livrarias do país.

Foste a grande responsável pela edição duma obra de poesia “Os dias do Amor”, da editora Ministério dos Livros. Imagino que tenham sido dias de verdadeiro entusiasmo e paixão pela poesia. Como surgiu a ideia de coordenares, sozinha, um trabalho de enorme dimensão? Deparaste-te com alguns obstáculos?

A história dessa antologia dava para escrever um livro... Mas vou tentar ser sucinta.
Uma amiga minha (Catarina Ferreira) tinha acabado de abrir uma editora e pediu-me para organizar uma antologia de poesia. Foi em Junho de 2007. Queria apostar na não-ficção e fazer uma experiência com Poesia. Eu aceitei logo. Propôs-me no início 365 poemas (um para cada dia do ano) e com a temática do Amor.
Houve outra restrição: uma vez que se tratava de uma editora pequena e recente, com pouco fundo de maneio, teria de usar poemas de autores cujos direitos já estivessem em domínio público. Quando “meti mãos à obra” decidi que não iria repetir poemas do mesmo poeta, mas fazer a antologia com 365 poetas diferentes, para poder ter uma abordagem mais diversificada. Isto complicou um pouco mais, pois teria de arranjar mais poetas e, além disso, todos em domínio público. Portanto, primeiro filtro: impossibilidade de pagar direitos; segundo filtro: só poemas de Amor. Fiz este trabalho durante 1 ano e meio. Tive ajudas preciosas: do poeta Amadeu Baptista, que passou palavra aos poetas seus amigos e conhecidos que começaram a enviar-me poemas. E ele próprio também traduziu alguns poemas para este livro. Tive também ajuda e aconselhamento de outros poetas como o E. M. de Melo e Castro. Também do poeta Casimiro de Brito, por exemplo, que me deu imensos poemas japoneses traduzidos por ele, etc. De uma maneira geral, contactei vários poetas meus amigos ou meus conhecidos que entretanto passaram palavra a outros poetas e a coisa transformou-se numa espécie de corrente-de-poemas-de-amor-para-enviar-para-a-inês. Este livro foi atípico porque não foi um produto encarado pelas pessoas como comercial. Foi antes um livro colectivo feito com partilha e generosidade, pois todos sabiam que eu estava a fazer o trabalho gratuitamente. E por isso também todos colaboraram gratuitamente. O livro esgotou nos armazéns da distribuidora logo no dia em que saiu para o público, neste momento vai em terceira edição. E ainda não fez um ano que saiu. Mais do que uma antologia de poemas de Amor, o livro tornou-se numa antologia feita com Amor, por mim e por todos quantos ajudaram a fazê-la nascer, com os seus poemas, com as suas traduções, com os seus conselhos, com a foto da capa que também foi oferecida por um poeta, etc…. Foi muito entusiasmante fazer este livro.

Que projectos se seguem? Quais são os teus principais objectivos em relação à poesia?

Há alguns projectos e alguns convites em aberto. Mas o que quero mesmo é continuar a visitar livrarias, comprar livros de poesia, trazê-los para casa e lê-los. Estar com os poetas. Fisicamente ou apenas lendo-os. Isso basta-me para ser feliz

Entrevista publicada no suplemento S do jornal Postal do Algarve

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Revista Nova Águia em Faro




Biblioteca António Ramos Rosa

Dia 15 – 18h

Apresentação: Renato Epifânio

Nº4 “Pascoaes, Portugal e a Europa”

Org. AAPAAA/Sulscrito/CMF

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

DE LA SAUDADE A LA MAGUA.



Antología de relatos luso-canaria

A. M. Pires Cabral, António Manuel Venda, Maria do Rosário Pedreira, Fernando Esteves Pinto, Filomena Marona Beja, Gonçalo M. Tavares, José Carlos Barros, Lída Jorge, Miguel Real, Maria Antonieta Preto, Paulo Bandeira Faria, Paulo Kellerman, Rui Costa, José Rivero Vivas, Eduvigis Hernández Cabrera, Anelio Rodríguez Concepción, José Manuel Hernández, Gabriel Cruz, Víctor Ramírez, Roberto Cabrera, Quintín Alonso Méndez, Javier Hernández Velázquez, José Manuel Brito, Eduardo Delgado Montelongo, Alicia Llarena, Agustín Díaz Pacheco.

Coordenação: Agustín Díaz Pacheco e Fernando Esteves Pinto

Prefácio de Henrique Manuel Bento Fialho

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sexo Entre Mentiras

Sobre Sexo Entre Mentiras de Fernando Esteves Pinto: comentarios de una lectora

Llevo días rumiando con la novela de Esteves Pinto, Sexo entre mentiras así que he decidido escribir estos humildes comentarios sobre la misma. Para mí esta novela es un tratado de teoría sobre la escritura. Nos presenta lo que yo llamaría, su ejercicio epistémico de la escritura: “[me refiero] al uso más desarrollado cognitivamente, en el que el autor, al escribir, transforma el conocimiento desde su experiencia personal y crea ideas.” (En psicología, Wells, 1987).

Ese ejercicio en esta novela es el intento de tratar de explicar a través del lenguaje, de la palabra, el cómo se construyen a su vez las mismas y cómo el lenguaje recrea: ¿“la realidad” o “la fantasía”? Nos evoca aquello que escribió (no recuerdo quién) que decía: “el actor miente para decir la verdad.” Refiriéndose al drama, a la actuación, y que en este caso de Esteves Pinto se puede aplicar al escritor o al poeta. Por eso, llega en un momento a inquietarnos esta narración. Porque nos da la sensación de estar perdidos en un mundo recreado a imagen y semejanza de un narrador que no vive sino, en “la palabra misma”. Está describiéndonos su verdad y tratando de hacer la palabra su certeza:

“Quienes dicen la verdad son personas que crean las mentiras del mundo en el que viven. Lo veo en mí: escribir es mentir dentro de una verdad”. (p. 18).

Es más un texto filosófico-psicológico que una novela que habla sobre el erotismo o sobre la soledad de la mujer, complementándola con lo que llamamos modernamente el mundo virtual. Ésta es la anécdota. Tema que tiene tela para cortar pero, del cual desgraciadamente soy una ignorante completa. Porque personalmente no he querido entrar nunca a esa esfera de la Internet, demasiado morbosa para mí, donde creo, que en un mundo donde ya de por sí, comunicarnos nos cuesta tanto y más, con alguien que está al otro lado de la pantalla. Ese alguien que nos puede estar mintiendo (¿dije mentira?) o nos puede estar desnudando la verdad más agria y dolorosa. Todavía prefiero la sana manera de mirarnos a los ojos del interlocutor y tratar de leer los signos de la bondad o los signos de la maldad humana. Por eso creo que a Esteves Pinto le costó tanto escribir esta novela como él mismo expresa en la “Nota introductoria”. Definitivamente, tuvo que ser un trabajo de recurrente análisis para no caer en la subjetividad más completa y mantener un poco de objetividad. Un poco, porque nunca lo somos del todo, no existimos sin nuestros prejuicios, estoy segura que el autor estaría de acuerdo conmigo. Conozco hace tres años a Esteves Pinto, conozco al amigo, al poeta y al editor independiente y créanme, es completamente inofensivo. Yo que siempre estoy tratando de sacar lo biográfico de todo lo que leo, porque soy una aprendiz de escritora completamente autobiográfica, no encontré mucho de Fernando en estas páginas. Lo que encontré, una vez más, fue a su cerebro acelerado, siempre quisquilloso y perspicaz para hacernos pensar con sus preguntas existenciales. La sinceridad del que narra llega a decirnos: “Son mentiras verdades de alguien que sufre por una verdad.” (p.18)

Abarca esta novela varios temas y todos ellos vistos bajo la lupa de este escritor-narrador a veces; airado, triste, erótico, bebido, sobrio, en búsqueda siempre… Y a través de unos personajes femeninos que gritan sus soledades y sus abandonos de formas distintas pero unidas todas por lo erótico y el debatir la definición del amor de pareja. Creo que este narrador en búsqueda no encontró verdades, sino, interrogantes. Eso sí, creo que hizo su exorcismo brillante en tratar de llevar “a la idea” a la página en blanco. Describir el mundo de alguien que intenta ser feliz a través del dolor de ser, que siempre duele doblemente. La crueldad, la violencia, la mentira, la verdad, la locura, la humildad, los soñadores, la venganza, la inocencia, la soledad y la infancia son parte de los temas expuestos.

Más, el tema del amor y la escritura como simbiosis, me parece el más original y el mejor expuesto. Lo comunicante como expresión amorosa unida al sufrimiento y la mentira:

“ […] El sufrimiento es requisito para el que ama. Si no estuvieras dispuesto a sufrir, no sabrías amar. […] El miedo a amar se debe a que el gran amor, al ser sincero y verdadero con aquél que nos ama, siempre nos destruye. Todo lo demás es una oración de sufrimiento que se arrodilla ante el corazón”. (p.14)

“ […] Estoy, ya lo sabes, en el sufrimiento, pero las palabras me sirven de defensa. Siempre he querido saber mucho sobre los demás, mucho más allá de lo humano, y ahora creo no saber nada de mí, nada en la terrible consciencia de haber vivido sus aflicciones. Quien me lee ahora no imagina el sufrimiento que fue preciso condensar en un tiempo de escritura para que todo volviera a tener una vida que escapase a la ficción de existir en mi pensamiento. Exijo silencio a mis palabras.” (p.15)

“ […] El amor es un libro en blanco del conocimiento donde el tiempo escribe los sentimientos del que ama. […] El amor dura mientras haya materia desconocida del otro. […]” (p.28)

“- La escritura es sufrimiento. Padecer la escritura para que el texto nazca.” (p.30)

“[…] ¿Qué queda, sino joder la escritura? Joderla con dolor. […]” (p.31)

“[…] ¿Por qué las historias tristes son tan hermosas? Pienso que porque hay mucho amor dentro de ellas. […]” (p.38)

[…] Siempre sentí esta manía de amar a través de la escritura. […] (p.42)

“Tengo miedo de que las palabras digan más de lo que siento, porque las palabras mienten y el ejercicio de la mentira siempre ha dado una buena escritura a mis sentimientos. […]” (p.43)
“ […] Si quieres ser feliz, entiende mi infelicidad como una creación. Y no valores al hombre que escribe por la mujer que ama. Pues el amor es el arte de la corrupción emocional y el hombre es el artista del amor corrompido.” (p.44)

“ […] Y la literatura siempre será una galería de mentiras conservada con mimo. Tan de verdad representadas. […]” (p.45)

“ […] Amor y literatura son parecidos en la mentira, y es triste no amar a alguien porque se tenga miedo de la mentira. […] (p.57)

“ […] La verdad es un lenguaje del silencio. Nunca temí al silencio, pues el silencio es mi forma de vivir. […]” (p.57)

“ […] Porque la escritura es más la pérdida que el beneficio de lo que pensaba escribir. Como el amor, es más la representación que el sentimiento.” (p.111)

“ […] Pero el amor sigue, no sé si te das cuenta, el amor sigue aunque no haya a quien amar. También la escritura sigue sin palabras visibles hasta que no encontremos un fin a lo que sentimos.” (p.113)

“ […] El pensamiento es una barrera contra el silencio. La escritura es la construcción de esa barrera. Escribir es estar atento al valor del pensamiento.” (p.115)

“ […] Se aprende sólo tras el daño. Tal vez después del sufrimiento la vida siga a tu disposición en una lección de amor a los demás. […]” (p.120)

“ […] La escritura quiere a quienes no temen la soledad.” (p.146)

“ […] El silencio está hecho con las palabras que nos duelen, y todo es una escritura apresurada cuando decimos algo a otro. […]” (p.150)

Como se puede apreciar en estas citas, sacadas con toda intención de su contexto, la novela nos devela un pensamiento profundo, el pensamiento de un indagador, el pensamiento de alguien que desea entender en última instancia a la mujer, entre otras cosas. Bueno, y porque soy mujer, creo que esta tarea la lleva a buen fin, tratando de describir lo erótico en nosotras y en dos citas de este libro me sentí identificada. No porque sea la visión que tengo de mí misma sino, por la particularidad de ese intento masculino de entender lo femenino. ¿Alguna vez, nosotros, los hombres y las mujeres, podremos entendernos desde nuestros lenguajes particulares, desde la palabra misma, desde esa magia que nos acerca y nos distancia como género? Sinceramente, a esta altura de mi vida, no me importa y como dice este escritor-narrador: “ […] Estoy en una edad en que la verdad ya no precisa esconderse. No sé mentir. […] (p. 151).” Y aquí los dejo con estas dos citas, sabuesas y deseantes…:

“ […] Es triste tener que llegar a este estado y por eso pienso que ella escribe mejor cuando las palabras le salen del cuerpo casi deshaciéndose en un dolor demoníaco, una fiebre loca que se encuentra en ciertos poemas femeninos que buscan en el infierno de la inspiración la verdad que se oculta en una vida tan triste.” (p.123)

“ […] Dios mío, las mujeres que escriben subliman tanto el amor con sus versos, que es una emoción tan jodida como tener a Florbela Espanca desnudándose frente a uno y en vez del cuerpo desnudo como un sol caliente en mi sexo, veo una boca vaginal declamando tristes mentiras que el amor me hace ver.” (p.124)

Los exhorto a leer esta novela con el lente de la inteligencia, más allá de la anécdota y de nuestros minúsculos egoísmos, con el corazón en los ojos, para que puedan alcanzar a sentir lo: “que el amor me hace ver.”

Maribel Sánchez-Pagán
Tampa, Florida
16 de Noviembre de 2009.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Miguel Godinho

“Os Nossos Dias” é a tua estreia em livro, editado pela 4águas. Quando é que a poesia começou a fazer parte dos teus dias?

Descobri a poesia na minha adolescência e vem também dessa altura o gosto pela escrita, mas acho que foi talvez a partir do momento em que criei o meu blogue que perdi a vergonha de tornar públicos os meus escritos. No entanto, acho que a poesia sempre percorreu os meus dias. Mas ao que parece, tenho uma inclinação para descobrir poesia onde os outros apenas vêem melancolia.

Até que ponto é que os lugares, cenário de vivências, é tão importante para a tua poesia?

As memórias inscrevem-se sempre a partir de espaços concretos. Toda a minha poesia tem início nesses lugares reais. No entanto, sabemos que a mente transforma e reorganiza sempre esses momentos mais tarde, criando lugares mentais que se podem reconstruir sempre que lá voltamos, sempre que temos necessidade de o fazer. Acho que também esse é um tema bastante presente neste livro: as imagens mentais que manuseamos sempre que revisitamos momentos passados. São esses os lugares antigos de que falo neste livro.

Quais são os teus poetas de eleição? Os que mais te influenciam na escrita poética?

Gosto bastante de Pessoa e em particular da poesia de um dos seus heterónimos: Álvaro de Campos. O tédio, a ressaca dos dias, a expressão do desconforto, a monotonia. Há uma modernidade nele que assombra. Depois há a poesia do Peixoto, que convoca muito bem a infância, o Ramos Rosa que tem um olhar que vai à essência das coisas, o Gastão Cruz, o Herberto Hélder que rasga as palavras, o Al berto que faz sofrê-las. No fundo, acho que são estes os poetas que mais me marcaram.

Quando é que sentes que há poesia ou percebes que um poema acontece sob a vigilância das tuas próprias acções quotidianas?

Adoro olhar para o quotidiano, examiná-lo, questioná-lo, confrontá-lo e, logo, confrontar-me. Quando me sinto demasiado metido nele e nas coisinhas do dia-a-dia, tenho necessidade de questionar esta vidinha que todos levamos. Vejo poesia no negro das nossas vidas, naquilo que ninguém quer ver, nas coisas que escondemos dos outros, sinto poesia na nossa pequenez. E tenho uma enorme necessidade de dizer essa pequenez porque ninguém a pronuncia e toda a gente a esconde. As pessoas têm medo de se descobrirem no meio da sua sujidade. Às vezes parece que anda tudo tão contentinho, tão sorridente na decadência… E isso é patético mas ao mesmo tempo (e por isso mesmo) poético… É impressionante como tudo parece funcionar tão bem na hipocrisia. Observar esta evidência é consciencializar-me que faço parte de um mundo estranho. É, portanto, no quotidiano que gosto de me movimentar, de procurar assunto para escrever.

Falas da vida duma forma depreciativa: “vidinha”, “pequenez”, hipocrisia” são alguns dos termos que utilizas para descreveres o padrão existencial ao qual todos nós pertencemos. Crês que os factores negativos da vida em geral precisam de ser reciclados através da linguagem poética para alcançar uma outra forma de consciencializar os nossos dias e recriar novas atitudes e comportamentos mais civilizados e positivos?

Sim, pelo menos para nos fazer pensar, para nos obrigar a contestar o mundo fingido em que vivemos, um mundo onde as aparências valem muito. A poesia tem esta capacidade de abrir janelas mas também de nos obrigar a olhar ao espelho. Permite-nos um olhar mais atento, mais sincero, mais despido dos preconceitos que a realidade quotidiana nos impõe. E, com isso, acabamos por conseguir também um olhar sobre nós próprios. A vida em sociedade, nesta sociedade “dos nossos dias” obriga-nos a ser artificiais, a escondermo-nos uns dos outros e até de nós próprios, a mostrarmos apenas “o que fica bem”, nem que para isso tenhamos de espezinhar, de deitar abaixo o próximo. A poesia tem esta habilidade de nos libertar dessa hipocrisia porque tem o poder de nos fazer questionar. Nesse sentido, pode também ser francamente útil. A este propósito, devo dizer que há um sentimento que ultimamente me tem assaltado e que justifica esta minha maneira de pensar e de escrever e que está patente neste livro: a necessidade latente de sermos mais nós, de nos desligarmos da artificialidade, da ilusão do termos que ser (e de ter) mais e mais, a pretexto vá-se lá saber do quê. Como diria Fernando Pessoa, para além de “ser a minha maneira de estar sozinho”, a minha escrita serve para compreender este mundo em que nos corrompemos uns aos outros e, tantas vezes, a nós próprios.

O poeta é um leitor incómodo do mundo. Queres comentar?

É a mais pura das verdades. A poesia deve ser como uma lâmina afiada a deslizar na pele. No entanto, dizer o que os outros não dizem ou não sabem dizer pode ser uma tarefa ingrata. Transforma o poeta nesse tal leitor incómodo. É aquele que olha e sente a essência das coisas, que se apercebe, e que o diz, e isso torna-o num destabilizador. Um poeta fala demais. A verdade é que as pessoas ou têm medo dos poetas ou os acham ridículos. Há também quem os admire… São os poetas que ainda não sabem que o são ou que não querem admiti-lo.

O que fica inscrito no final dum poema? A consciência do próprio autor? Ou o poema vai mais além da tua consciência ou emoção?

O poema vai até onde o deixarem ir. Às vezes nem o autor tem consciência daquilo que escreve. E tantas vezes ele próprio se redescobre no seu próprio poema. Acho que o poema é algo que brota sem que o poeta o convoque. O poeta sente necessidade de dizer o que sente. Uma vez escrevi que “há um vazio essencial que antecede a escrita, depois vem um perfume que se vai espalhando, uma presença que se constrói quase sozinha e se revela discretamente”. O poeta é capaz de experimentar esse perfume e de exprimi-lo verbalmente. Pode falar-se numa consciência do autor inscrita no poema porque a arte poética consiste em ser-se capaz de explicar esse perfume, da forma como cada um o sente. Mas a verdade é que a poesia está presente em tudo. É preciso é senti-la.

O que procuras no poema? Uma nova estética no dizer, ou uma nova figuração na forma de sentir?

Não sei se procuro algo novo, pelo menos conscientemente. Quero apenas dizer como sinto primeiramente, como se me surge: rápido, puro e duro. O poema não deve andar com rodeios, deve ir direito ao assunto. Não serei o primeiro a tentar este tipo de figuração na forma de sentir. É deixar a sensação irromper sem impor-lhe regras e deixá-la fluir através de um olhar atento para o real de todos os dias.

“Os nossos dias” é um livro construído pela memória?

É um livro que convida a memória a questionar o presente, que confronta o enfado dos nossos dias enquanto resultado do esquecimento da adolescência, a favor de uma responsabilidade necessária, do ter que ser-se adulto, “distinto” e respeitável. De repente temos trinta anos e vemo-nos metidos num mundo vazio, num mundo de dissimulação onde a hipocrisia e os sorrisos falsos imperam e onde tanta gente quer ser aquilo que não é. Um mundo onde não se hesita em pisar os outros. Olhamos à volta e vemos tanta gente completamente inadaptada na vida mas a ocupar cargos ilustres, com uma vontade louca de largar tudo mas sem força para o fazer, tanta gente que sente vontade de voltar atrás na vida e seguir outros caminhos, gente com vontade de desaparecer, de acordar de um mundo de ilusão, de puxar fogo à brilhantina e dizer “Basta!”. Acho que este livro resulta do facto de, ultimamente, andar a tomar mais atenção ao descontentamento que tantas vezes encontro no olhar das pessoas. Talvez resulte também de alguns anos a movimentar-me num meio onde apesar da insipiência tantas vezes evidente, todos se acham o máximo, em resultado do título e da arrogância associada, que fazem questão de patentear.

“Se eu tivesse certezas sobre quem sou / não haveria necessidade na escrita deste texto / não precisaria de me vasculhar por entre as palavras”. É nas palavras que procuras a pessoa que és entre o passado e o instante futuro?

Afinal não são as palavras que nos exprimem, que nos explicam? É através delas que encontramos explicação para nós próprios. Quem escreve, escreve-se. É através das palavras que podemos dizer quem somos, o que somos e porque somos. Talvez seja essa a razão da escrita: dizer, para dizermos a nós próprios.

“Às vezes esqueço-me de onde estou / um pinhal em chamas e eu no centro/ de isqueiro na mão” A incerteza parece ser a ignição destes poemas. Concordas?

Sim, é verdade. A vida é toda ela preenchida de incertezas, de dúvidas, de hesitações. Muito raramente alguém avança sem olhar, sem se certificar do passo que vai dar a seguir, ainda que se possa dizer o contrário. Mas a verdade é que às vezes – tantas vezes – nos deparamos em situações em que nos metemos, mesmo depois de muito reflectir, que não fazemos a mínima ideia de como ali fomos parar. E nós lá estamos, a olhar para a fogueira que ateámos, já sabendo que iria arder, de isqueiro na mão, bem ao centro, sem fuga possível…

Parafraseando um poema teu: Um poema em chamas e o poeta de isqueiro na mão. Será esta a força combustível do acto poético?

Escrever é puxar fogo, é deixar arder, é rir enquanto arde, até que a chama nunca se apague. Um poeta nunca tem medo de se queimar, porque o mundo é todo ele combustível, inflamável. E ele sabe disso. E faz uso disso. E arde e deixa arder. E ri-se disso. Mesmo que se encontre bem no centro das chamas…

Entrevista publicada no suplemento S do jornal Postal do Algarve

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Informação Prática

Parecia perdida na cidade, ali às voltas no Largo do Camões. Trazia um vestido colado ao corpo, todo preto a fazer sombra nos cabelos loiros. Pediu-me uma informação: queria apanhar um eléctrico para os prazeres. Indiquei-lhe uma Sex Shop.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Paulo Kellerman

1 – O teu processo inicial na escrita foi bastante intenso: inúmeras edições de autor, e um conjunto de textos (75 edições - de 2002 a 2005 - a que deste o nome de Fascículo. Foi uma declaração de amor à literatura?

Não sei se foi uma declaração de amor; diria talvez que foi uma declaração de existência. A edição de autor sempre me pareceu uma forma de divulgação do trabalho tão legítima como outra qualquer, a que recorri com naturalidade; se fosse hoje, talvez tivesse preferido as diversas ferramentas que a internet faculta. Mas o importante era agir, divulgar o trabalho; não ficar de braços cruzados, à espera. Não tanto declarar um amor mas antes declarar uma presença.

2 – É curioso verificar que, sendo tu um jovem autor, tivesses a preocupação de procurar os leitores dos teus livros artesanais, chegando inclusive a enviares algum material para as bibliotecas públicas. Queres recordar esses tempos?

Correspondeu a um período muito interessante mas que, naturalmente, foi ultrapassado. Havia alguma utopia, alguma ingenuidade, uma crença inabalável no valor do meu trabalho mas também na generosidade dos leitores, na possibilidade de conseguir captar a sua atenção. Importante parecia-me desenvolver um esforço de divulgação, de procura de um público, de afirmação do nome; ser activo e diligente, se possível original. Ir à procura de quem se pudesse interessar, leitor a leitor.

3 – Colaboraste no DNJovem (suplemento literário do Diário de Notícias), coordenado pelo Manuel Dias. Como sabes, o DNjovem foi a primeira casa editorial de muitos escritores, hoje bem conhecidos no meio literário português: José Eduardo Agualusa, José Luis Peixoto, Pedro Mexia, etc. até que ponto foi importante a tua passagem pelo suplemento?

Colaborei no DN Jovem com muito gosto, com muito orgulho, mas apenas circunstancialmente, num período inferior a um ano; todos os textos que propus foram publicados mas nunca participei em encontros ou nada disso. E confesso que, na altura, pareceu-me mais estimulante a colaboração que mantive com o DNa, o suplemento editado pelo Pedro Rolo Duarte.

4 – Finalmente foste descoberto pela Deriva, editora à qual ainda hoje estás ligado como autor. Sentiste alguma vez que essa recompensa, justa, te trouxe maior responsabilidade perante quem apostou no teu trabalho e os teus leitores em geral?

Certamente. Encaro a minha actividade enquanto escritor com grande seriedade e sou muito exigente para comigo próprio, muito rigoroso; não vejo isto apenas como uma diversão, um entretenimento.

5 – Os teus livros são lidos maioritariamente por mulheres. É intencional o facto de a tua escrita se dirigir ao universo feminino? Como sabes, as mulheres lêem mais que os homens.

Serão? Não faço ideia. A minha escrita não se dirige a ninguém em específico e muito menos a um grupo tão genérico, tão heterogéneo. Penso até que a crueza das estórias, a sua destituição de artifícios, de descrições, lhe confere uma maior abrangência, de modo que se crie algum grau de empatia com leitores muito díspares. Parece-me perigoso e restritivo, artificial, escrever para um público definido e demarcado, para alguém em específico.

6 – Verifico que os espaços físicos das tuas histórias têm algo de claustrofóbico. A acrescentar a isso, cada conto tem uma ou duas personagens. É economia estrutural ou, noutra perspectiva, por sentires que mais de duas personagens na mesma história é para ti uma multidão? Logo, com um nível de dificuldade que te inibe de gerir pessoas e actos no mesmo espaço.

Interessa-me manter as narrativas simples, sem artifícios nem grandes encenações, sem malabarismos. É assim que encaro as minhas estórias: despojadas e cruas, directas. Talvez um pouco corrosivas, intimidatórias até. Sem ruído nem cenário, sem acessórios. É uma escrita que procura fixar momentos, reter-se em instantes, em fragmentos de vidas. Não há passado nem futuro, não há verdadeiros contextos: apenas um retrato fugaz e efémero, frio. Como uma fotografia; ou melhor: uma radiografia.

7 – Após três livros de histórias breves (contos), nunca te sentiste tentado a escrever um romance? O que te falta para experimentares esse género literário?

Acabei de entregar uma peça de teatro original que irá ser encenada em breve; se me dissessem há um ano que iria escrever uma peça de raiz, duvidaria muito. Fui também convidado a integrar um projecto musical, para o qual escrevo letras; se me tivessem dito um dia antes do convite que iria escrever letras para canções, ter-me-ia rido. As coisas acontecem com naturalidade, correspondendo a desafios, a vontades inconscientes, a estados de espírito momentâneos. Haverá um romance quando tiver que haver; amanhã, quem sabe; ou nunca. Fiz umas experiências em tempos mas não foram esforços honestos, na sua génese estavam motivações desadequadas; foi um erro, que tentarei não repetir. E de qualquer modo, irrita-me um pouco a insistência na necessidade de haver um romance; como se escrever contos fosse um esforço menor e despiciendo, uma simples preparação para algo maior e não um trabalho meritório em si mesmo, auto-suficiente. Pergunto-me, por exemplo, se alguém andará atrás dos poetas a questioná-los quando escreverão livros de ficção científica; ou se serão apenas os contistas que são condenados a uma espécie de anátema literário por ainda não terem escrito um romance.

8 – Na temática dos teus livros há um certo desencanto conjugal e uma esperança indecisa que dominam negativamente as personagens. É o lado menos iluminado da vida que te inspira?

Pois, o que me inspira… Seria mais fácil (mas também muito desinteressante) se se conseguisse definir de modo científico onde reside a inspiração, o que despoleta o processo criativo; e, depois, bastaria criar automatismos, desenvolver rotinas: e a obra nasceria, enfadonha e desnecessária. Mas não funciona assim. A inspiração, no meu caso, pode nascer de dezenas de modos imprevisíveis: uma frase num livro, a violência do gesto num estranho, a expressão de um rosto, o som forçado de um riso na televisão, uma ideia despropositada ou a reminiscência de um sonho, um comportamento rotineiro e inconsciente de alguém; qualquer coisa fugaz e abrupta, irrepetível. E depois há vontade de interrogar, de especular, de procurar descobrir e saber e perceber.

9 – Geralmente, um escritor tende a ser autobiográfico na fase inicial da sua carreira literária. Depois há os que abandonam essa particularidade, completamente, e os que escrevem sobre os outros ligando-os discretamente à sua própria biografia. Quanto das tuas histórias é autobiográfico?

Esse é o segredo, não é? As minhas estórias são inquestionavelmente ficções; mas em cada uma delas há sempre um pedaço de verdade, de autobiografia, que varia muito. Não me compete nem me interessa revelar qual a dimensão desse pedaço, em cada estória; caberá ao leitor adivinhá-lo, caso lhe apeteça.

10 – Numa das nossas conversas disseste-me que receavas ter esgotado a temática dos teus livros. Já tens alternativas? Que Paulo Kellerman vem a seguir?

Não será tanto uma questão de esgotar temáticas mas mais uma questão de não as repetir obsessivamente. É terrível que um escritor se deixe cair na redundância, na inconsequência, que seja incapaz de se surpreender a si próprio. Tento permanecer vigilante e auto-crítico, ser implacável para comigo mesmo; reflectir sobre o trabalho e colocá-lo permanentemente em questão; é portanto inevitável que surjam dúvidas e hesitações. O fundamental é que persista a vontade (a necessidade) de procurar e perceber, de ir mais além e mais fundo, de aprender e questionar, de desafiar.

Entrevista publicada no suplemento S do jornal Postal do Algarve

terça-feira, 20 de outubro de 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Os Nossos Dias

Apresentação do livro "Os Nossos Dias" de Miguel Godinho, no Pátio de Letras. Divulgação AQUI

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Rui Costa

1 – Depois de “A Nuvem Prateada das Pessoas Graves” – 2005, passando por “O Pequeno-almoço de Carla Bruni (2008), e agora o mais recente livro de poesia “ as Limitações do Amor são Infinitas”, consideras que houve uma evolução ao nível da temática e poética na tua escrita?

R: Houve uma evolução na forma e nos temas. Interessa-me pôr as coisas fora do lugar. Tratar a metáfora de uma forma metabólica, como se fosse um bicho, e as coisas mais concretas (como os limões e as pataniscas de bacalhau) como se fossem carburadores universais.

2 – Não se tem vislumbrado a presença da crítica literária em relação ao teu trabalho. Crês que os críticos existem?

R: O livro “A Nuvem Prateada das Pessoas Graves” mereceu referências ou artigos de Fernando Guimarães (no “Jornal de Letras”), da Vera Vouga (na “Revista da Faculdade de Letras do Porto”), do Luis Carmelo (no livro “A novíssima poesia portuguesa e a experiência estética contemporânea”), do Francisco Saraiva Fino (na revista brasileira online Germina), do Henrique Fialho (no extinto blog “Insónia”), e mais uma ou outra. A edição está esgotada ou perto disso, tendo em conta os direitos de autor que já me foram pagos.
Já o meu romance “A Resistência dos Materiais” não mereceu nenhuma crítica impressa. Talvez os críticos não o tenham lido, ou então não gostaram. É um romance bastante exigente. Quando o concluí tinha a perfeita consciência de não se tratar de um romance comercial. Era o que eu queria escrever naquela altura, sei que nunca mais conseguirei escrever outro livro sequer parecido.
Quanto a “O pequeno-almoço de Carla Bruni”, gostei bastante da apresentação que a Carmen Yañez fez dele no Salón del Libro Iberoamericano de Gijón.
Gostava que o livro de poesia “As Limitações do Amor são Infinitas” tivesse maior visibilidade, seria uma boa recompensa para a pequena editora (“A sombra do Amor”) que decidiu investir algum dinheiro nele.

3 – Acreditas que a poesia convencional, sem grandes rasgos de novidade formal, estética, e cuja temática se inclina para o espírito geral dos leitores, não os obrigando a questionar muito a interioridade que determinada linguagem evoca, ainda é tradição e, por isso mesmo, atrai mais leitores e estabelece um pacto de comunicação com a crítica?

R: Não tenho nada contra quem escreve para ganhar dinheiro com prémios literários. Até agora não o fiz, mas não me repugnaria fazê-lo, por brincadeira também. No entanto, não assinaria com o meu nome um livro de que não gostasse.
Há vários prémios literários que são fracos, porque os membros dos júris são maus escritores ou maus leitores. Nestes casos costumam escolher livros sem nenhum tipo de rasgo, que eles chamam de “coerentes”, e de que louvam “a afinação da voz poética”.
Eu não tenho jeito para vender a minha banha da cobra. Costumo dizer o que me apetece, e não ando a tentar ser amigo de toda a gente, seja crítico ou editor. Sei que assim é mais difícil, mas a minha única alternativa é tentar ser ainda melhor, e disciplinar um pouco mais a preguiça.

4 – De que modo partes para o poema, isto é: levas contigo uma experiência, ou uma série de ideias e com esses instrumentos trabalhas a experiência que o poema pede no acto de escrever?

R: Parto sempre aos esses, para despistar os polícias.
O poema “A nuvem prateada das pessoas graves” surgiu a partir de um senhor de Campo de Ourique que era muito tímido e um dia começou a falar comigo. O “poema inútil com montanha” surgiu depois de um mergulho no Douro, em frente a uma espécie de montanha verde. O poema “O pão” é sobre uma pessoa que conheci em Inglaterra. O poema “Eternidade” não sei como surgiu, talvez tenha origem numa vontade de ritmo, tal como o poema “Music Box”. E por aí fora, só consigo falar um a um.

5 – Tendo em conta tudo o que te rodeia e te toca como pessoa em relação com o outro, que circunstâncias te vocacionam para a experiência do acto poético?

R: O que me motiva é a fome, mas não sei de quê. Ando sempre com fome. Como muito, bebo muito, vicio-me com facilidade. Há uns anos olhava para as pessoas de uma maneira sôfrega, mas isso está a mudar. A maior parte das pessoas da minha idade desiludem-me: são muito carreiristas, só pensam na vidinha e não dão ponto sem nó.
Acho o universo giro, sobretudo com umas boas sardinhas e um vinho verde muito frio à frente. Claro que é objectivamente injusto, de uma forma que chega a meter nojo - Deus é um bocado inapto, porque foi feito à imagem e semelhança do homem.
Também gosto de mulheres. Têm problemas no motor de arranque mas são muito mais surpreendentes do que os homens. Sempre me dei muito mais com mulheres, como namoradas ou amigas. Os homens são um bocado chatos, sempre com aquela preocupação de dizer coisas engraçadas.
Mudo muito, ainda não me conheço bem. Já fui advogado, sentia-me humilhado com a vida que tinha. Com 31 anos decidi mudar completamente de vida. Sou livre, tento, não deixo que me façam a cabeça.

6 – Recentemente falaste-me num processo que consistia em o autor auto-falsificar-se como forma de se distanciar do que antes tinha escrito e assim conseguir mover-se noutro espaço poético de comunicação, recorrendo a uma linguagem exclusiva para esse fim. Queres comentar?

R: Podes tentar escrever um romance de aeroporto, por exemplo, como exercício criativo. Experimentar relações causa-efeito, tornares-te um manipulador “estratégico” ou mesmo idiota. Isto para mim pode ser interessante, porque eu desvalorizo completamente o “estilo”. Em vez de um estilo, identificável até pelo leitor distraído, preferia pôr em prática mil estilos, um milhão. Ainda não tornei a minha personalidade flexível o suficiente para fazer isto. Sou bastante orgulhoso, e isso dificulta o esquecimento do eu necessário ao desapego dos nossos habitozinhos.

7 – Não será o poeta uma cópia de outros poetas?

R: Há poetas que nos marcam demasiado, em certos períodos. É preciso matá-los. As falsificações são coisas boas, as cópias não. São coisas diferentes: o falsificador engana duplamente, deixa sempre uma marquinha sua para confundir o expert. O falsificador podia ser o melhor violinista do mundo, mas contenta-se apenas com a ideia.

8 – Julgo saber que procuras na tua poesia o caos na perfeição. A ser verdade, concordas que a linguagem é um espelho que deforma e evolui para uma expressão de sentido que não está ao alcance de todos os sujeitos comunicativos do universo?

R: A poesia existe nos limites da linguagem, tal como a filosofia. Já sabemos que por cá não podem andar todos no limite ao mesmo tempo - há regras genéticas no universo que garantem uma estabilidade relativa.
Há coisas que não costumo conseguir comunicar com as pessoas. Por exemplo: há tempos soube que as vacas são responsáveis por 10% da poluição, aquela lixada que dá cabo da camada de ozono. Senti-me extremamente solidário com elas, porque percebi que a imagem que as pessoas têm delas vai mudar, por uma razão que lhes escapa completamente. Nem sequer envelheceram, ou perderam o cabelo, ou apanharam SIDA. São exactamente as mesmas vacas, e agora nunca mais vão ser as mesmas.

Entrevista publicada no suplemento S do jornal Postal do Algarve


quarta-feira, 30 de setembro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

...são poetas...

As limitações do amor são infinitas. Filme de Adão Contreiras.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Sobr`Arte - Da Literatura

Da Literatura - o processo criativo e a edição. Programa AQUI

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Fernando Dinis

O romance A Casa do Esquecimento, vencedor da edição de 2008 do Prémio Literário
Fnac/Teorema é a estreia na ficção de Fernando Dinis. O autor nasceu em 1976. Estudou piano. Publicou em 2003 o primeiro livro de poesia “Dá-me-te”, (Hugin Editores). Em 2006 participou na antologia bilingue “Poema Poema - Antologia de Poesia Portuguesa Actual” - Huelva). Em 2008 participou na Revista Big Ode 4 e na Primeira Antologia Portuguesa de Micro-Ficção (Exodus Editora). Lançou o disco Piano Works, o primeiro trabalho de composição em piano. A Casa do Esquecimento dividiu a crítica literária, sinal de atenção e expectativa sobre um autor que procurou um tema complexo (o destino e o esquecimento) para revelar as suas capacidades ficcionais.


– O destino e o esquecimento constituem o tema central do teu livro “ a casa do esquecimento”. Poderá alguém, num dado momento da sua vida, sentir que o seu próprio destino é susceptível de sofrer alterações e manipulações por parte de quem nos relacionamos?


FD - São as decisões que vamos tomando que nos faz confluir numa realidade, uma soma de factores – e vivência com os que nos rodeiam, a responder à tua pergunta –, que nos conduz a determinada posição na nossa vida. Mas aceito que seja confortável atribuir ao destino, algo que parece estar fora do nosso controlo, a justificação para os episódios que se consideram marcantes. Quase como um princípio religioso, quando um crente se resigna e diz «foi a vontade de Deus». Para que a história do meu livro funcione na cabeça do leitor, e até dado momento, é forçoso que se acredite na existência/função do destino.

- Imaginamos que o destino de cada ser humano já traz associado um conteúdo e uma forma, cujo desfecho ignoramos porque não vivido. Crês na possibilidade de falharmos o nosso próprio destino?

FD - Essa é a visão tentadora de tudo isto, e a empresa que Artur Poeira concretiza na história, quase sem se dar conta. Fintar o quer que seja implica sempre uma acção activa sobre o que somos, o que vivemos e o que esperamos. E essa locomoção implica um desfasamento imediato da pessoa que existe em nós, um momento de ruptura, de descolagem do que julgamos ser a nossa identidade. Mas a dúvida prevalece: Fugir do nosso próprio destino não nos levará sempre a um outro?

- Não será o esquecimento uma forma de ignorarmos o que o destino nos reserva?

FD - O esquecimento abordado no meu livro surge pelo próprio destino. É o destino que falha a sua função e se esquece de alguém, cuja vida, consequentemente, entra num deserto de acontecimentos e propósitos. Tentei conduzir os personagens a situações limite (inclusive o próprio destino, personificado num jovem de modos atrevidos), para que todos atingissem o momento de rotura que falo na resposta anterior. Não só ao ‘esquecido’ é pedido um mudar de vida, como ao destino uma ‘brecha’ na sua função.

- O autor é o elemento condutor do destino da sua própria obra literária, ou pelo contrário, será o leitor o responsável?

FD - Penso que ambos. Não acredito num autor que escreva apenas para si. Um autor muito vendido, por exemplo, ao não querer defraudar a expectativa do que alcançou ao longo do tempo, escreve em função dos leitores – mesmo que decida escrever algo completamente diferente, não deixa de pensar neles –, e aí o destino parece já não estar nas suas mãos.

- Como tens reagido às críticas sobre o teu livro?

FD - Dou-lhes a importância que merecem. Retiro o que considero importante para o meu amadurecimento enquanto pessoa e autor. Passo por cima do que considero excessivo ou colateral. Aceito reparos fundamentados.

- Sermos esquecidos pelo destino não será uma espécie de jogo cego para o qual não podemos apostar mais do que nos cabe viver, resultando dessa experiência o sucesso ou o fracasso da própria vida?

FD - No caso do meu livro, sim. Artur Poeira vive uma experiência kafkiana, onde todos os outros parecem saber mais da sua vida do que ele mesmo. Sem forças ou ferramentas para contornar essa situação, apenas limita-se a aceitar o jogo que lhe é proposto, como única forma de tentar descobrir o que lhe está a acontecer. Se ele é bem sucedido ou não, já depende do ponto de vista. O livro vive muito do suspense, o que me impossibilita aprofundar mais.

- Murakami é conhecido por explorar nos seus livros o realismo fantástico. Pensas seguir essa linha?

FD - Eu gosto muito dessa linha, não só pelo Murakami, mas pelo próprio Saramago. Gosto das histórias improváveis. Gosto de pensar «isto é uma loucura, mas vamos levá-la até ao fim». Sempre tencionei escrever uma história assim, que me obrigasse à redobrada tarefa de não só contar uma história improvável, como torná-la credível. É óbvio que existe uma dose de risco incalculável, que podemos morrer com o nosso próprio veneno. Mas mesmo assim, quis fazê-lo. Se o continuarei a fazer, não sei. Neste momento trabalho num novo romance que parece não estar a seguir essa linha.

- O realismo mágico, absurdo, é uma fobia da própria realidade. Queres comentar?

FD - Agrada-me esse estado alucinatório, na nossa realidade. O excesso de informação, da nossa própria informação – hoje tudo se consegue saber sobre toda a gente – só pode originar mesmo uma fobia dos tempos modernos, uma paranóia (algo sobre o qual gosto de escrever). Mas essas consequências ainda não são conhecidas, embora há muito que entrem e sejam exploradas no plano literário.

- Agora que publicaste o teu primeiro romance, que responsabilidade sentes como autor?

FD - Divido a minha função de autor entre escrita e a música. Por isso, e como não consigo fazer ambas as coisas ao mesmo tempo, preciso de descansar de uma para me dedicar a outra. O que me torna avesso a qualquer tipo de carreirismo. Faço o que tenho a fazer, escrevo e componho, com a naturalidade de quem nada ambiciona. Faço-o porque sou naturalmente impelido a fazê-lo, não por me sentir responsável por um nome que queira ‘institucionalizar’.

- Andavas a escrever duas histórias que acabaram por se cruzarem. Acreditas que o lado laboral da escrita, com tudo o que implica artificialidade literária, é a melhor forma de definir um estilo?

FD - Comecei a escrever as duas histórias sem a intenção de estar a trabalhar para um romance final. Acima de tudo, vivi eu mesmo a expectativa que sente um leitor perante o desconhecido. Não queria forçar uma história, queria que tudo fosse variável e aberto a novas direcções e soluções. E só assim foi possível manter o meu próprio entusiasmo. A determinado momento, senti que uma história precisava da outra, e que ao uni-las, ficaria mais perto do meus propósitos enquanto autor. Quando encontrei o click que serviria de união, senti que o romance podia ter força, e decidi avançar para os concursos e editoras.

- É possível identificar Artur Poeira, personagem de “a casa do esquecimento”, no cenário da nossa própria realidade?

FD - Todos temos um pouco de Artur Poeira, nem que seja na condição resignada com que aceitamos diversos acontecimentos, sem que perante tal ousemos levantar questões. Ou viver numa condição indesejada só porque nos falta o alento e discernimento para mudar.

Entrevista publicada no suplemento S do jornal Postal do Algarve

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

poesia à mesa

No âmbito do 1º aniversário do Pátio-Bar, encontro de poetas da editora 4águas.
Dia 13 de Setembro, às 21:30 no pátio de Letras - Faro.

Autores:
Miguel Godinho
Pedro Afonso
Rui Dias Simão

Editores:
Fernando Esteves Pinto
Vitor Cardeira

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Livraria Trama

Dia 11 Setembro às 21:30




Título: As limitações do amor são infinitas
Autor: Rui Costa
Editora: A Sombra do Amor



Título: Os Nossos Dias
Autor: Miguel Godinho
Editora: 4águas
Apresentação: Inês Ramos

Sobr`Arte - Da Literatura

Música e fotos.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Experiência múltipla


Enfiou uma matrioska no cu e andou uma semana a tirar bonecas.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Serviço mínimo


Em conversa durante o jantar ele referiu Kofi Annan e o empregado trouxe-lhe um café curto.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Feira do Livro de Faro - 2009


Sulscrito / 4águas Editora

Programação Feira do Livro de Faro - 2009

Autores:

Dia 5 de Agosto - 21:30 - Stand Sulscrito

Rui Dias Simão – (Tavira) Apresentação / leitura / sessão de autógrafos – Livro: Os Animais da Cabeça (editora 4águas)

Dia 7 de Agosto - 21:30 - Stand Sulscrito

Manuel Almeida E. Sousa - (Cascais) Grupo mandrágora – poesia experimental /performance

Dia 10 de Agosto 21:30 - Stand C.M.F

Fernando Esteves Pinto – (Olhão) Apresentação / sessão de autógrafos – Livro: Privado (editora Canto Escuro)

Projecto Literário Palavra Ibérica:

Dia 13 de Agosto - 21:30 - Stand C.M.F

Uberto Stabile (Punta Umbría – Huelva) Apresentação /divulgação

Dia 14 de Agosto – 21:30 - Stand Sulscrito

Miguel Godinho (VRSA) – Apresentação / leitura / sessão de autógrafos – Livro: Os Nossos Dias (Editora 4águas)

Dia 15 de Agosto -22:30 - Stand Sulscrito

Fernando Dinis – (Cascais) Apresentação / sessão de autógrafos – Livro: A Casa do Esquecimento (editora Teorema)

Sessão de poesia - Stand Sulscrito:

Dia 16 de Agosto: vários autores

sexta-feira, 17 de julho de 2009

próximo lançamento da 4águas


Brevemente nas livrarias o novo livro de poesia da 4águas: Os Nossos
Dias de Miguel Godinho.

sábado, 11 de julho de 2009

cultura reactiva


O filme de Adão Contreiras.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

sexta-feira, 12 de junho de 2009

poemas mal empregados


Algumas imagens da sessão no bar city_o, Faro.

book trailer - privado


O filme do livro Privado. Ver aqui

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Agência do Medo






Autor: Santiago Aguaded Landero
Leitura: Cidália de Brito
Apresentação: Tiago Nené


Dia 26 de Junho às 21h
Local: Bar Cyti_0 – Largo Pé da Cruz – Faro


Dia 27 de Junho às 21h
Local: Recreativa Olhanense - Olhão

Organização: AAPA / Sulscrito